Sobre o Tempo
“Compositor
de destinos, tambor de todos os ritmos... Tempo, tempo, tempo, és um dos deuses
mais lindos...” assim é uma das formas que Caetano
descreve o tempo, numa das mais conhecidas de suas músicas. De fato, é incrível
como aquele ditado popular que sua avó sempre costuma dizer onde “tempo é o
melhor remédio” começa a fazer sentido.
“Todos
os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito
tempo...” Você percebe o quanto mudou com o passar dos anos não
só física, mas emocionalmente falando. O quanto suas ideias, conceitos e
estereótipos foram se transformando. E isso é algo que ocorre com todos, ou vai
me dizer que há dez anos atrás já podia imaginar que estaria onde está, fazendo
o que faz, com a mentalidade que tem hoje? Talvez o grande barato da vida,
sejam as surpresas que ela nos proporciona.
“O tempo faz tudo valer a pena e nem o erro é
desperdício...” Dizem que “tudo acontece no tempo certo”,
e que “o tempo de Deus é diferente do nosso” quando queremos uma determinada
coisa, mas não vem da forma ou no momento em que desejamos. Parafraseando o que Caio F. já disse (meninas
do meu facebook vão adorar isso) “Deus não demora, ele capricha”, e talvez
realmente capriche. Se até os nossos erros, vão servir para alguma coisa, essa
coisa há de valer a pena mesmo. E que se não foi dessa vez, espera mais um
pouco. Tudo passa. Não estressa. Só relaxa. Uma hora chega. Há de chegar.
“Quanto
tempo será que demora, um mês pra passar...” O tempo nos faz
ver que algumas coisas não são pra sempre, e você tem que entender que cada
pessoa vê as coisas de uma maneira diferente. Vai percebendo que a chave para
decepção, é a expectativa. Chega a ser doloroso, quando percebemos que não farão
por nós, o mesmo que numa situação contrária, faríamos sem pensar duas vezes. O
tempo apaga essa mágoa, em alguns com maior facilidade, em outros com um pouco
mais de trabalho. Mas apaga.
“Devia
ter arriscado mais, e até errado mais. Ter feito o que eu queria fazer...”
Há quem repita por aí, várias vezes sem nem mesmo analisar a frase que diz “só
me arrependo do que não faço”, como se isso fosse algo que denotasse
autoconfiança. Não é. Eu me arrependo sim, do que fiz e do que deixei de fazer.
O
fantasma do “E se” é sem dúvida o nosso maior inimigo. “E se eu tivesse dito
que gostava dela, as coisas estariam diferentes pra nós dois?” ou “E se eu não tivesse
ido pra aquela festa, nós ainda estaríamos juntos?”. “E se? E se?” O fato é que
não dá pra se martirizar pelo que foi ou que deixou de ser feito. Desde que foi
sua própria escolha, você naquele momento, achou que era o melhor a se
fazer. Se não foi, paciência. Quem foi que disse que tudo vai sempre dar
certo? A não ser que queira que escrevam
em seu epitáfio que você passou a vida se arrependendo disso e daquilo.
“Meu destino não é de ninguém, e eu não deixo meus passos no chão...”
então se o nosso destino não está por aí escrito nas estrelas ou em cartas
claras sobre a mesa, vamos fazer do “compositor de destinos” nosso melhor
amigo. E a melhor forma de torna-lo, é deixando tudo acontecer naturalmente.
Ansiedades e arrependimentos são invitáveis. No entanto não vamos deixar que
eles sejam constantes em nossas vidas. Porque se o “o tempo não para” e “não há tempo que volte amor,” vamos de fato,
“viver tudo que há pra viver, vamos nos
permitir”.