sábado, 10 de março de 2012


Sobre Jogos de Amor e Perdas de tempo


Nunca gostei de generalizações. Tipo quando falam por aí que toda mulher é complicada, ou todo homem é igual.  Acredito que pessoas do mesmo sexo têm particularidades (emocionalmente falando) em comum, mas elas não podem ser colocadas numa mesma caixa e serem classificadas como “assim ou assado”. No entanto, no quesito “joguinhos de amor”, principalmente no início de um relacionamento, mulheres me desculpem, mas pelo menos a maioria de vocês, nisso são especialistas.

Vou começar com um exemplo muito comum: Ele a conheceu numa festa qualquer, gostou de cara. Menina bonita, “acho que vou pegar”. Até aí tudo bem, entre uma dança ou outra, ele gostou de conversar com ela, “a guria parece ser inteligente, engraçada” (na cabeça dele, a parada de só pegar já passou, ela além de bonita, é interessante). E sim, ele deu altas investidas nela que ora parecia se entregar, ora bancava a durona. Ela da mesma maneira que ele gostava do papo “ah, ele é legal, engraçado, fico ou não fico? Acho melhor esperar mais um pouco...” Eles não ficaram na noite, mas mesmo assim trocaram telefones, facebook, msn e afins.
Parte clássica. Os dois estão igualmente a fim. Contudo ela acha que vai dar mole demais se for a primeira a ligar. De fato, o homem comumente é o primeiro a tomar a iniciativa (culturalmente falando, ele está sempre mais ‘necessitado’ que a mulher), mas se ela está na mesma vibe por que não ligar só pra dar um ‘oi’? Ok, pra um primeiro encontro marcado, essa perda de tempo é perdoada.


Ele mandou um sms. Ela viu, leu, releu, riu, gostou. E só. Demorou três horas e meia pra dizer que está bem e que ainda não sabe se vai fazer alguma coisa no domingo a tardezinha. Encontraram-se online um pouco mais tarde, e ele de novo foi quem tomou a iniciativa. “Olá” “Oi, não tinha visto que você tava aí. Tudo bem?” Mentira, ela tinha visto sim, só não quis parecer a desesperada. Depois de muitas conversas, de muitas coisas em comum trocadas, eles ficaram. E foi bom, foi muito bom.

É nesse ponto que mais deixa os homens encafufados sobre o que realmente aconteceu. Se depois que eles ficaram e foi bom para os dois, ele ligou é porque quer ser atendido. Se mandou um sms, é porque quer uma resposta logo, não depois de amanhã. Poxa, ficar esperando que o tempo passe fazendo um “joguinho”, com a intenção de deixar o cara pensando se não foi tão bom pra ela, quanto foi pra ele é dose. A desculpa do “não tinha crédito” não cola. Quem quer, arruma um jeito, pede emprestado do celular do amigo, manda uma mensagem pela internet mesmo...


É por isso, que muita menina legal tá aí sozinha, se lamentando porque não está namorando, e se irrita quando vê o cara que ela tava a fim, saindo com aquela ‘piriguete’ da outra turma. Talvez seja porque a tal ‘piriguete’, que vai ver nem seja tão piriguete assim, não fez esse joguinho do “ligo ou não ligo. Do atendo ou deixo chamar só mais três vezes...” Simplesmente soube na medida certa, se mostrar interessada sem necessariamente parecer estar louca pra arrumar alguém pra sua vida (as desesperadas assustam, nossa, como assustam!). Por muitas vezes, deixamos de aproveitar muita coisa boa, quando estamos na defensiva, tentando não se dar mal nesse “jogo” onde tanto um quanto o outro não quer perder por causa de um orgulho infantil. E quando uma das partes propõe esse jogo, a outra parte tem que jogar. Caso contrário ela perde o que deseja.


Então meninas, quando estiverem a fim demonstrem. Liguem não essencialmente esperando que ele te chame pra sair, ou pra ter o controle dos passos do cara. Aquele “Alô, tá onde?” às vezes irrita. Ligue só pra desejar uma “boa noite”, saber como foi o dia dele. Mesmo o mais durão dos homens, gosta de saber que alguém se importa com ele além da sua própria mãe. E quanto aos joguinhos do ”tô te querendo mais ainda não posso dizer que tô” dignos de meninas de 8ª série, Ahh, ainda preciso dizer o quanto é perda de tempo? 

5 comentários:

  1. Super concordo! Acho um saco fazer joguinho, fingir desinteresse e querer fugir da possibilidade de ser o "elo fraco e dependente" da relação. Como eu disse, é relação e não competição.

    Desde o começo uma relação precisa de vontade e cumplicidade pra dar certo. Sem respeito, verdade, carinho e admiração, não rola e tudo isso não é conquistado quando estamos preocupados demais em passar determinada impressão!

    O melhor é sempre arriscar, se jogar e criar expectativas sim. Se houver frustração, que pena, mas com certeza haverá um amadurecimento e a melhor das sensações... A de que você tentou e deu o melhor de si!

    #Ficaadica

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  2. Isso mesmo, como falei ficar de joguinho só atrasa uma porção de coisa que poderia ter sido vivida e experimentada.

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  3. Concordo em partes... acho sim que a mulher deve demonstrar interesse, responder e enviar mensagens, ligar quando der vontade só pra conversar besteiras, mas na medida certa. Esse joguinho, querendo ou não, faz parte da conquista! A expectativa da espera da resposta de uma mensagem (não 3 horas, calma, pode ser respondida na mesma hora), não ter certeza se a pessoa gostou ou não, se vai ou não rolar de novo fazem crescer a vontade pra o segundo encontro ser melhor que o primeiro e assim por diante :P

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    1. É justamente sobre essa perda de tempo que falo Déa. Esse é o joguinho do fazer com que a pessoa fique nessa expectativa boba, que nem sempre cola.
      Pra que um segundo encontro seja melhor que o primeiro ele não necessariamente precisa incerteza quanto ao que o outro achou.

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  4. Parabéns pela iniciativa! Acho que este é um ótimo espaço para você poder praticar sua escrita. O texto também está muito bom, porém vou te dar um toque: perca é verbo e não substantivo... Valew!

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