segunda-feira, 29 de julho de 2013

Sobre a chuva e porque Ela ainda me faz lembrar de você



Choveu em mais um fim de noite. Choveu daquele mesmo jeito de quando Ele ia deixar Ela em casa. Aquela chuva que chegava tímida no céu. Tímida da mesma forma de como se deu o caso Deles. A chuva nem parece que vai durar a noite toda. Parece que vai surpreender da mesma forma como Ele se surpreendeu ao perceber que estava tão ligado ao colo, as palavras e ao gosto do beijo Dela.  

 Desde que Eles se deixaram, uma chuva como essa não caía por aqui. Pelo menos não nesse horário, com essa sintonia tão perfeita que fez Ele lembra-se daquelas noites de novembro. E dessa vez, parece não ter doído tanto Nele. Outra surpresa, Ele confessou a si mesmo. No entanto, não sabe ao certo, talvez só precisasse disso. Ele precisava se manter longe, andar com as próprias pernas. Parar de querer tê-La a cada minuto, de tentar a todo custo fazer-se presente numa vida que há muito tempo talvez, Ele não fosse mais tão importante.

A chuva ainda caía quando Ele lembrava Dela e das coisas que diziam sempre que se viam. E, enquanto ela escorria pelo seu rosto na noite quente e abafada, Ele fez uma oração aos deuses pelos dois. Ele pediu para que um dia, os dois consigam ter aquela troca de energia positiva que sempre tiveram novamente. Ela disse uma vez, que tudo ficou pra trás. Ele não levou a sério porque tem fé. Fé nas forças divinas, na natureza, fé em qualquer coisa superior. Ele sempre acreditou no que é bom, e que mesmo uma simples gota da chuva que ainda caía sobre o seu rosto, tinha um proposito e estava ali por algum motivo. Crenças, doutrinas e valores dos mais nobres, talvez essas fossem as principais virtudes Dele.



A chuva cessara e Ele lembrou daquela paixão que não pôde crescer. Ele recordou do carinho, do jeito sincero que Ela o olhava. Do cuidado e da confiança que Eles transmitiam um ao outro a cada mensagem que trocavam. Ele lembrou, se culpou e engoliu um choro que há tempos não vinha. Veio Nele aquele sentimento nostálgico, e da mesma forma que um garoto tem medo da chuva e dos trovões, Ele teve medo do que sentia. Bobeira, mas talvez aquele sentimento merecesse que fossem enfrentadas chuvas, trovões, ventanias e até mesmo tempestades para se tornar sólido.

      Dizem que após a chuva, vem a calmaria. Eles parecem ter deixado os medos e as armas de lado e seguem em frente. Sem saber nem querer saber muito um do outro. Na verdade Ele ainda pensa: Será que Ela se lembrou de mim, quando viu a chuva cair nessa noite quente, nesse horário que era só nosso?


Então Ele respira fundo e sente uma brisa suave pouco antes de dormir. Hoje tem a certeza que podem existir pessoas e coisas muito boas por vir em sua vida. Sente apenas a chuva que vem do céu. A chuva dos seus olhos não se aproxima mais. 



O vento vai dizer
Lento o que virá,
E se chover demais,
A gente vai saber,
Claro de um trovão,
Se alguém depois
Sorrir em paz
Só de encontrar  ♪ ♫


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